Armarinhos Teixeira é paulistano e possui seu ateliê na cidade de São Paulo. Mas mesmo vivendo na grande cidade, sempre está conectado à natureza, buscando lugares propícios para observar e estudar suas nuances.
Desde 1990, o foco de sua pesquisa está na evolução da bioart, que parte da observação dos biomas brasileiros e estudos da biologia, fauna, flora e botânica. A partir da absorção desses conhecimentos, suas obras são criadas para que reflitam as estéticas orgânicas observadas no meio ambiente, através de uma transformação plástica simbiótica entre a ciência e a arte.
As esculturas e instalações de Armarinhos surpreendem pela ousadia e magnetismo que exercem sobre o observador. A utilização de matérias incomuns, que não estão em circulação social, reforça a necessidade de observar, se aproximar, querer tocar.
Sua escultura tridimensional é feita em manta de poliéster de uso na industria metalmecânica, mais especificamente em esteiras de rolagem e de equipamentos de propulsão, devido ao fato de ser de grande resistência e durabilidade. No meio ambiente, o tempo de decomposição da matéria prima é de 600 anos.
O artista também utiliza diversas outras matérias primas industriais nobres, tais como aço e borracha, pigmentos, fardos de algodão não beneficiado, argila, couro, entre tantos mais, que ganham vida a partir do engenho do artista, que imprime diversas camadas de significados aos materiais.
De acordo com Marcus de Lontra Costa, Armarinhos está inserido no contexto contemporâneo em que a arte amplia suas funções e seus horizontes ao buscar inserções em vários espaços e segmentos da rede cultural. No seu caso específico, o artista constrói uma paisagem que recusa a contemplação passiva e que insere, de maneira original e contundente, os fenômenos, os processos e as regras da botânica no interior da própria obra. Neste sentido, a criação contemporânea que provoca paradoxos e desperta reflexões consiste na capacidade de entender a arte como um processo de conhecimento, de caráter desafiador e capaz de instigar o pensar através da manipulação de elementos oriundos da ciência, da pesquisa, da arte e da sensibilidade. Essa articulação de saberes se faz presente na obra de Tunga, Nuno Ramos, Angelo Venosa, José Rufino, Marcos Coelho Benjamim e de Armarinhos Teixeira.
Armarinhos já realizou exposições no Museu Nacional da Republica em Brasília, no Consulado Geral em Genebra e na Organização Mundial do Comercio na Suíça, no Banco do Brasil em Nova York, EUA, e em diversos outros eventos individuais e coletivos. Suas obras fazem parte dos acervos do Museu de Arte Contemporânea de Goias, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e da White Box, Manhattan, New York, EUA. Recentemente, também integrou o acervo do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul.
Em 2021, participará da exposição que está sendo preparada no Consulado Brasileiro em Roma, juntamente com Adriana Varejão, Vik Muniz, Waltércio Caldas dentre outros grandes nomes da arte contemporânea brasileira. Também participará da Bienal de Cuba e terá uma exposição individual para marcar a inauguração da sede nova do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul.
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